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  • ERVAS ∙ YASUJIRO OZU ∙ JOÃO MIGUEL FERNANDES JORGE ∙ RUI VASCONCELOS ∙ RITA AZEVEDO GOMES
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ERVAS ∙ YASUJIRO OZU ∙ JOÃO MIGUEL FERNANDES JORGE ∙ RUI VASCONCELOS ∙ RITA AZEVEDO GOMES

14,00 €  
IVA incluído.

ERVAS • YASUJIRO OZU • João Miguel Fernandes Jorge • 2022 Cinemateca Portuguesa 170 pgs • desenhos Rui Vasconcelos • desenho da edição Rita Azevedo Gomes & Bruno Inácio • fotografias dos desenhos Henrique Calvet • Livro dedicado a João Bénard da Costa • EXPOSIÇÃO DESENHOS DE RUI VASCONCELOS • folha de sala JMFJ • desenho e montagem Rita Azevedo Gomes, Teresa Parreira & Luis Gameiro • iluminação João Cachulo • CICLO DE CINEMA - Ervas - Regresso a Yasujiro Ozu de 9 a 23 de Junho de 2022 • Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema ◼︎

“As ervas nas dunas
diapasão a vibrar ao sopro do mar
testemunham dias futuros. Rosto em domínio
estão sentadas, falam à natureza
húmus de corpos caídos
grãos alados, as aves revestiram com pelagem de erva-do-orvalho
a salva azul rebrilha desde a primavera
estão sentadas
as chuvas as grandes neves morreram
a paisagem de bambus
capaz de se curvar ao zumbido de um besouro
veio do mais escuro
oblongo voo
à luz dunar
volteia ao redor
zumbido breve
as duas mulheres falam
de mulher a mulher
para a distância do mar”

ERVAS NAS DUNAS, JMFJ

“A história deste regresso da Cinemateca a Ozu é a história de uma já longa conversa entre as artes. Quinze anos depois de um ciclo, um livro e uma exposição que tomavam como ponto de partida o «Ordet» de Dreyer, e treze anos depois de um tríptico semelhante inspirado pelo «Pickpocket» de Bresson, o que agora se concretiza é mais um desses diálogos, feito de reiterações e variações. A invariante foi a poesia de João Miguel Fernandes Jorge, desafiador, quando não gostosamente desafiado, que deitou a mão ao que acredito ser um dos conjuntos de textos originais editados por esta casa que mais virão a resistir ao tempo, e que esteve ainda por trás das associações aos outros artistas expostos nos nossos espaços e reproduzidos nos três livros. A variação foi então a das outras matérias artísticas convocadas para cada um destes encontros com o cinema e a literatura – a pintura de José Loureiro, no caso de Dreyer, a escultura de Rui Chafes, no caso de Bresson, e, de novo, o trabalho de um pintor, Rui Vasconcelos, na revisitação de Ozu. Finalmente, a conversa incluiu a participação de Rita Azevedo Gomes, a quem se deve a escolha e reprodução dos fotogramas publicados, a organização e montagem das exposições e a concepção (desenho gráfico) dos livros. Ao cinéfilo, não escapará, neste caminho feito com os três realizadores, o facto de se tratar precisamente do trio em que Paul Schrader baseou a sua análise do “estilo transcendental no cinema” («Transcendental style in cinema: Ozu, Bresson, Dreyer», publicado em 1972).”

APRESENTAÇÃO, José Manuel Costa

“Na ordenada desordem que é a expressão livre do mundo vegetal há sempre lugar para um jardim. O extenso «Estudo para uma Paisagem» nas suas zonas mais carregadas de negros presta-se a mostrar-nos quanto essa presença se pode tornar densa. Tanto quanto um cerrado maciço de bambus em Hokkaidô, a grande ilha do norte do Japão. Esconde o seu âmago um jardim secreto. Jardim de pedras, sobre as quais caem as folhas vermelhas do outono, sobre as quais pousa o falcão peregrino, e por entre as quais irrompem os acantos, as peónias, as orquídeas silvestres, a flor de liz. Talvez seja do secretismo desse jardim, do seu oculto, que Vasconcelos tenha trazido em roubo o verde de líquenes e o terra-siena que coroam os cinco lápis de cera de Apontamento. O roubo, em arte, sempre foi o seu melhor. Dele resulta sempre uma espécie de desamor, ou ainda melhor, um desejo de morrer sob as flores de cerejeira «que disseminam sobre a terra durante a lua cheia» – que o digam os seus personagens de Retratos, rostos que a grafite e o acrílico iluminam com o peso dos anos e a beleza do tempo – serão eles o Senhor Hirayma ou a mãe daquele Filho Único? Em Ervas, o livro. No livro, «Estudo para uma Paisagem» encontra-se exactamente a meio, entre duas páginas de um verde-erva, como se estivesse num escrínio. Está dobrado em quatro partes, que se abrem, ao modo de um biombo Namban, para o seu sentido de natureza, para a sua plenitude de paisagem. E a representação pictural do «Estudo» circula, então, entre as nossas mãos e o nosso olhar, num animado sopro de ervas flutuantes.”

RUI VASCONCELOS – ESTUDO PARA UMA PAISAGEM, JMFJ